domingo, 24 de janeiro de 2016

Protocolo de seguimento de baixa visão infantil SMS-RJ






 

PROTOCOLO DO SEGUIMENTO DE BAIXA VISÃO INFANTIL DA SMS- RJ

 

 JUSTIFICATIVA:

A Deficiência Visual compreende uma situação de baixa acuidade visual, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de lentes corretoras convencionais. Corresponde, portanto, a um comprometimento importante da função visual, porém não equivale a cegueira, termo que deve ser empregado apenas em situação de ausência total da visão.
O portador de deficiência visual tem restringida a sua orientação e mobilidade, e a sua capacidade de realizar tarefas. Esta condição, em pacientes nos  primeiros  anos de vida, é agravada  em face da importância que representam os estímulos visuais para aquisição dos marcos do desenvolvimento neuro-psico-motor, e formação de vínculos afetivos. Espera-se que estes pacientes, sem o atendimento adequado, evoluam com atraso de desenvolvimento nas mais variadas áreas do desenvolvimento, como: motora, psíquica, cognitiva, de linguagem e emocional.
O atendimento precoce tem por objetivo prevenir estes distúrbios do desenvolvimento, e propiciar ao paciente e sua família possibilidades de atingir a plenitude de seus potenciais. Cabe à equipe de saúde essa atuação primeira a fim de permitir que esse paciente tenha condições futuras de integração na escola, mercado de trabalho, enfim, na sociedade.


OBJETIVOS:

Objetivos Gerais:

A importância na definição de baixa visão é que um componente funcional é incluído, e isto significa que a pessoa tem algum grau de visão que pode ajudá-la em suas atividades de vida diária. É este resíduo visual que os profissionais especializados tentam maximizar, além da adequação de recursos específicos para cada paciente de acordo com o seu tipo de atividade. Nos pacientes pediátricos além da maximização da visão e trabalho de estimulação visual, a equipe deve estar habilitada para propiciar um desenvolvimento global de forma adequada.

Objetivos Específicos:

1.                    Identificar os pacientes com baixa visão
2.                    Quantificar a perda visual
3.                    Avaliar as funções visuais
4.                    Avaliar o potencial de uso da visão residual
5.                    Maximizar a utilização da baixa visão
6.                    Maximizar a capacidade de adaptação a atividades comuns e  específicas
7.                    Propiciar pleno desenvolvimento de potencialidades neuro-psico-motoras
8.                    Incluir o indivíduo no seu meio social
9.                    Oferecer suporte psico-social ao paciente e sua família
10.                Promover treinamento para os profissionais que desejem desenvolver este tipo de atividade

 METODOLOGIA:


O fluxo de atendimento acontece através dos pacientes referenciados dos NAIRR (Núcleo de Atendimento Interdisciplinar do RN de Risco) das Maternidades da Rede Municipal e dos NAIDIs (Núcleo de Atendimento Interdisciplinar ao Desenvolvimento Infantil) dos Postos de Saúde da Rede Básica Municipal. O agendamento da consulta é realizado via telefone.





FLUXO


PREMATUROS < 1500 g e/ou < 34 sem

·         COM ROP TRATADA: 

1.     logo após a alta
2.     ou qualquer outro momento que retorne ao pediatra e esteja sem acompanhamento oftalmológico

·         COM ROP REGREDIDA ESPONTANEAMENTE:

1.     6 meses de idade cronológica
2.     12 meses de idade cronológica

·         SEM ROP (desenvolvimento adequado)

1.     6 meses de idade cronológica
2.     18 meses de idade cronológica

·         SEM ROP (atraso de desenvolvimento)

1.     6 meses de idade cronológica


PACIENTES COM COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO
·        6 meses de idade
·        18 meses de idade

A primeira avaliação no setor é realizada por médico oftalmologista especializado, o qual avaliará a necessidade de encaminhamento à equipe de reabilitação. Através de reuniões de equipe o plano de tratamento e seguimento será determinado de forma individualizada, conforme a necessidade de cada patologia e determinantes sociais da família.

RECURSOS:


Recursos Materiais

ü Mobiliário
ü Testes de Acuidade Visual Pediátrica
ü Testes de Sensibilidade ao Contraste
ü Campo Visual
ü Testes de Visão de Cores
ü  Auxílios Ópticos para perto (lentes convexas, lupas manuais e de apoio, sistemas telescópicos)
ü Auxílios para defeitos de campo visual (prismas, espelhos,etc)
ü Recursos não ópticos (ampliações, controle de  iluminação, controle de reflexão da luz, auxílios para postura e posicionamento, contraste, controle da transmissão da luz ...)
ü Sistemas de Videomagnificação
ü Recursos de Informática


Recursos Humanos:
O atendimento deverá ser realizado por equipe interdisciplinar, tendo como coordenador o médico oftalmologista:
ü Oftalmologista
ü Terapeutas (fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo)
ü Assistente Social


METAS:


Através da atuação em equipe, atender de forma adequada, precoce,  humanizada e individualizada cada paciente detectado como portador de baixa visão.
Favorecer o desenvolvimento pleno de suas potencialidades, não perdendo o momento máximo de plasticidade cerebral presente na primeira infância. Adequar todos os recursos disponíveis para que este indivíduo se integre em sua comunidade e se torne, dentro das suas potencialidades, produtivo e independente.

REFERÊNCIAS:

1.                    www.cbo.com.br (Sociedade Brasileira de Visão Subnormal)
2.                    www.aap.org
3.                    www.sbop.com.br
4.                    www.aapos.org
5.                    Manual do CBO – Visão Subnormal, Silvia Veiztman, 2000
6.                    Deficiência Visual – Aspectos Evolutivos e Educativos, Manuel Bueno Martin e Salvador Toro Bueno, 2003
7.                     Baixa Visão e Cegueira – os caminhos para a reabilitação,a educação e a inclusão, Marcos Wilson Sampaio, Maria Aparecida Onuki Haddad e cols, 2010

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