PROTOCOLO DO SEGUIMENTO DE BAIXA VISÃO INFANTIL DA SMS- RJ
JUSTIFICATIVA:
A Deficiência Visual
compreende uma situação de baixa acuidade visual, mesmo após tratamento clínico
e/ou cirúrgico e uso de lentes corretoras convencionais. Corresponde,
portanto, a um comprometimento importante da função visual, porém não equivale
a cegueira, termo que deve ser empregado apenas em situação de ausência total
da visão.
O portador de deficiência
visual tem restringida a sua orientação e mobilidade, e a sua capacidade de
realizar tarefas. Esta condição, em pacientes nos primeiros
anos de vida, é agravada em face
da importância que representam os estímulos visuais para aquisição dos marcos
do desenvolvimento neuro-psico-motor, e formação de vínculos afetivos. Espera-se
que estes pacientes, sem o atendimento adequado, evoluam com atraso de
desenvolvimento nas mais variadas áreas do desenvolvimento, como: motora,
psíquica, cognitiva, de linguagem e emocional.
O atendimento precoce tem
por objetivo prevenir estes distúrbios do desenvolvimento, e propiciar ao
paciente e sua família possibilidades de atingir a plenitude de seus
potenciais. Cabe à equipe de saúde essa atuação primeira a
fim de permitir que esse paciente tenha condições futuras de integração na
escola, mercado de trabalho, enfim, na sociedade.
OBJETIVOS:
Objetivos Gerais:
A importância na
definição de baixa visão é que um componente funcional é incluído, e isto
significa que a pessoa tem algum grau de visão que pode ajudá-la em suas
atividades de vida diária. É este resíduo visual que os profissionais
especializados tentam maximizar, além da adequação de recursos específicos para
cada paciente de acordo com o seu tipo de atividade. Nos pacientes pediátricos
além da maximização da visão e trabalho de estimulação visual, a equipe deve
estar habilitada para propiciar um desenvolvimento global de forma adequada.
Objetivos Específicos:
1.
Identificar os pacientes com
baixa visão
2.
Quantificar a perda visual
3.
Avaliar as funções visuais
4.
Avaliar o potencial de uso da visão
residual
5.
Maximizar a utilização da baixa
visão
6.
Maximizar a capacidade de
adaptação a atividades comuns e
específicas
7.
Propiciar pleno desenvolvimento
de potencialidades neuro-psico-motoras
8.
Incluir o indivíduo no seu meio
social
9.
Oferecer suporte psico-social ao
paciente e sua família
10.
Promover treinamento para os profissionais que
desejem desenvolver este tipo de atividade
METODOLOGIA:
O fluxo de atendimento
acontece através dos pacientes referenciados dos NAIRR (Núcleo de Atendimento
Interdisciplinar do RN de Risco) das Maternidades da Rede Municipal e dos
NAIDIs (Núcleo de Atendimento Interdisciplinar ao Desenvolvimento Infantil) dos
Postos de Saúde da Rede Básica Municipal. O agendamento da consulta é realizado via telefone.
FLUXO
PREMATUROS < 1500 g e/ou < 34 sem
·
COM
ROP TRATADA:
1.
logo após a alta
2. ou qualquer
outro momento que retorne ao pediatra e esteja sem acompanhamento oftalmológico
·
COM
ROP REGREDIDA ESPONTANEAMENTE:
1.
6 meses de idade cronológica
2.
12 meses de idade cronológica
·
SEM
ROP (desenvolvimento adequado)
1.
6 meses de idade cronológica
2.
18 meses de idade cronológica
·
SEM
ROP (atraso de desenvolvimento)
1.
6 meses de idade cronológica
PACIENTES COM
COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO
·
6 meses de idade
·
18 meses de idade
A primeira avaliação no
setor é realizada por médico oftalmologista especializado, o qual avaliará a
necessidade de encaminhamento à equipe de reabilitação. Através de reuniões de equipe o plano de tratamento
e seguimento será determinado de forma individualizada, conforme a necessidade
de cada patologia e determinantes sociais da família.
RECURSOS:
Recursos
Materiais
ü Mobiliário
ü Testes de Acuidade Visual Pediátrica
ü Testes de Sensibilidade ao Contraste
ü Campo Visual
ü Testes de Visão de Cores
ü Auxílios
Ópticos para perto (lentes convexas, lupas manuais e de apoio, sistemas
telescópicos)
ü Auxílios para defeitos de campo visual (prismas,
espelhos,etc)
ü Recursos não ópticos (ampliações, controle de iluminação, controle de reflexão da luz,
auxílios para postura e posicionamento, contraste, controle da transmissão da
luz ...)
ü Sistemas de Videomagnificação
ü Recursos de Informática
Recursos Humanos:
O atendimento deverá ser
realizado por equipe interdisciplinar, tendo como coordenador o médico
oftalmologista:
ü Oftalmologista
ü Terapeutas (fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional, psicólogo)
ü Assistente
Social
METAS:
Através da atuação em equipe, atender de forma
adequada, precoce, humanizada e
individualizada cada paciente detectado como portador de baixa visão.
Favorecer o desenvolvimento pleno de suas
potencialidades, não perdendo o momento máximo de plasticidade cerebral
presente na primeira infância. Adequar todos os recursos
disponíveis para que este indivíduo se integre em sua comunidade e se torne,
dentro das suas potencialidades, produtivo e independente.
REFERÊNCIAS:
1.
www.cbo.com.br
(Sociedade Brasileira de Visão Subnormal)
2.
www.aap.org
5.
Manual do CBO – Visão Subnormal,
Silvia Veiztman, 2000
6.
Deficiência Visual – Aspectos
Evolutivos e Educativos, Manuel Bueno Martin e Salvador Toro Bueno, 2003
7.
Baixa Visão e Cegueira – os
caminhos para a reabilitação,a educação e a inclusão, Marcos Wilson Sampaio,
Maria Aparecida Onuki Haddad e
cols, 2010
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